segunda-feira, 21 de maio de 2012

Oportunidades

Do lado esquerdo, com 47 anos de idade, Pedro Passos Coelho fala-nos da Oportunidade que é estar desempregado. Do lado direito, com 38 anos de idade, Ricardo Araújo Pereira vai mais longe e mostra-nos que, efectivamente, há uma oportunidade em tudo na vida. No fundo, é tudo uma questão de perspectiva. É a velha máxima do "não vejas o aspecto negativo da coisa...procura encontrar o lado bom de teres partido as duas pernas e um braço no mesmo dia". Trata-se de uma doutrina defendida pelos budistas há milhares de anos. As declarações de PPP criaram revolta no seio social. E este não é um seio qualquer. Não. Este não é a maminha por onde andou PPP até chegar onde chegou. Este é a voz do Povo e o Povo ficou indignado. Pois, mas é tudo uma questão de perspectiva. E se a perspectiva do povo é a de quem se sentiu a levar com um pau no lombo, eu digo que isso pode ser uma bela oportunidade para arranjarem quem vos faça uma massagem. Perspectivas...tudo depende do trono onde estamos sentados. Se no da merda ou o do poder. 

Foto: Via Facebook

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O dia em que a Galinha quis ser livre

Era uma bela tarde de Quarta-Feira. O dia...16 de Maio de 2012. O relógio marcava um minuto qualquer entre as seis da tarde. A viagem era curta. Como de costume, casa-ginásio. Ao iniciar a marcha foi prontamente invadido por pensamentos relacionados com o clima. Admirava-me àquela hora do dia que o carro marcasse 28º graus. Imaginei as praias...certamente bem ocupadas tendo em conta que quem não chora não mama e os desempregados deste país gostam mesmo é de viver a vida. Estava, portanto, em filosofias mentais dignas da hora quando........


....e melhor que isto não consigo exemplificar. A primeira imagem que me surge no angulo de visão impecável de um jovem da minha idade, é uma galinha a dobrar uma esquina e a "galgar" avenida acima como se lhe tivessem posto fogo no rabo ou tivesse acabado de "fazer" um banco. De início exclui a hipótese da agência bancária porque àquela hora nenhuma, ou poucas, estão abertas. No entanto, rapidamente deixo de pensar em qual o motivo que levaria a dita galinha a correr como uma desalmada. Só pensei "estamos no meio da cidade, em plena Foz do Douro e eu estou a ver uma galinha a correr nesta avenida...isto não é normal." Um gato, um cão...até um cavalo (os da "GeNéRe) seria o normal do dia a dia....não uma galinha. Mas o anormal teve contornos ainda mais incríveis, é que, em perseguição à galinha surgiu de repente uma senhora idosa que num correr muito dificultado pela bengala e um ou dois sacos, gritava enquanto perseguia o galináceo "anda cá Caralho, anda cá" intercalando com "se te apanho fodo-te". A aventura para mim terminaria ali. Trânsito moderado e dificuldade em parar o carro sem provocar o caos impediam-me de colocar um ponto final na história, assim como de fotografar o momento. O tempo que me restou de viagem e a hora e meia de treino que se seguiram, foram de uma confusão mental incrível. Ponderei atingir o Nirvana para entender o que se passou. Contudo, não me pareceu algo alcançável no momento. 

Penso que entre a Lontra da Foz e a Galinha da Marechal há um recado. Uma mensagem a tentar ser transmitida. A única que me passa pela cabeça é que não tarda e já posso caçar na cidade. O Jantar já não terá de ser comprado no Pingo Doce, as filas nas promoções têm um fim à vista, mas a probabilidade de levar com uma seta ou um balázio na nádega, claramente que vai aumentar. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ascot mesmo aqui ao lado

Quanto mais nos aproximamos do Verão, mais são as festas populares nas milhentas terriolas do nosso Portugal. Quase todas têm o mesmo. Carrinhos de choque, música popular pimbalhosa e uma série de roulotes com farturas e cachorros. Mas quando me disseram que ia haver uma corrida de cavalos em Serzedelo, a minha primeira pergunta foi "Cavalos na reforma com Jockeys bebados?". 
A famosa pista de Ascot, quando comparada com a espectacular pista de Serzedelo, torna-se ridícula. Chegado ao local deparei-me com uma Vila carregadinha de pessoas, onde facilmente se percebia onde era o recinto das corridas (O cheiro a bosta ajudou). Foi uma questão de arranjar um buraco para "la viature" e siga atrás do cheirinho a "terra" e em direcção ao barulho da arena. No local, foi só um chega para lá, chega para acolá e a vista do recinto presenteava-me com uma corrida ainda no seu início. A vista para a recta da meta e primeira e segunda curva, era digna de um qualquer bilhete VIP. 


Entre as duas curvas e mesmo em frente a mim (isto para não dizer, no meio da pista), cavalos e éguas aqueciam (não uns com os outros), adeptos da prática amontoavam-se (sem se tocarem) e a corrida à roulote das cervejas era um mimo. Presumi que ali se fariam algumas das apostas (i)legais.


O diálogo com os nativos de Serzedelo foi fácil e fluido, com muitos "que égua linda", "olha-me aquela crina" ou mesmo, "aquele cavalo com 5 patas para além de se arrastar vai fazer estragos na pista".  No entanto, tudo o que é bom cansa, e uma hora depois de lá estar o aborrecimento bateu à porta levando-me a concluir que estaria na hora de ir embora. A única forma de aguentar a tarde toda nesta actividade é com um consumo elevado de "Mines" e possivelmente uma entrada em pista para defrontar um destes animais que correm muito...mais que eu, até!

Fica um cheirinho do que era a minha vista da zona "VIP"...